Posts Tagged ‘arranjos verdes’
Para homenagear o Mercado Ver-o-Peso eu adoraria montar uma mesa com cachos de pupunha e frutos de tucumã. Ficaria lindo, mas como agora estou longe, a tarefa fica difícil. Para quem não conhece, os dois são frutos de palmeiras amazônicas. Um pouco antes de fazer a viagem, conversando com amigas do Norte, eu descobri que por lá se comia o fruto da pupunha e não somente o palmito como estamos mais acostumados aqui no Sudeste. O interessante é que o cacho inteiro da pupunha é colocado na panela para ser cozida, razão pela qual ela é vendida assim no mercado. Já o tucumã pode ser comido cru e é praticamente impossível de se pegar um cacho, pois a palmeira tem espinhos enormes e aos montes. É preciso ter paciência e esperar que os frutos caiam espontaneamente. O mesmo acontece com a castanha-do-pará, rebatizada recentemente de castanha-do-brasil. Esse papo de comida é muito bom e eu já imagino um menu incrível, bem paraense, para a mesa de hoje. Começaria com bolinhos de pirarucu, depois um filhote com açaí, e sorvete de murici da Cairu, para finalizar. Essa comidinha ficaria linda nos pratos alaranjados, cor de galo-da-serra-do-pará (considerado o pássaro mais bonito do Brasil). Para deixar todo o destaque para os pratos, usei jogos americanos de fibras naturais, guardanapos de algodão branco e argolas de sementes, que na verdade eram pulseiras indígenas. No centro da mesa, plantinhas verdes em cachepôs da cor de açaí e também de açaí são as fibras usadas nos descansos de panela.
(Todas as peças são do acervo pessoal.)
Ao chegarmos em Manaus, já somos brindados como muito verde da floresta, mas é diferente de quando estamos dentro dela. Perto do Rio Negro a floresta é fofa, parece que estamos caminhando sobre um colchão. Os bichos que vivem lá têm hábitos noturnos e não é tão fácil se deparar com uma preguiça ou jacaré. Mas para onde quer que andemos pela floresta, somos acompanhados por uma trilha sonora comandada por diversos pássaros. É muito gostoso de se ouvir. Nessa produção, estou homenageando os papagaios, tão brasileiros, tão amazonas. Na “mata” aqui de casa aparecem muitos pássaros também e no final da manhã eles adoram fazer barulho, tornando o momento ideal para um café da manhã meio brunch, com tapioca e suco de taperebá. Para a mesinha, no meio do jardim, um mix de verdes e arranjo com cachos de coquinho e palitos com penas, que ganhei de um índio Waiwai.
(Todas as peças são do acervo pessoal.)